Tabacaria (mp3)
Tabacaria Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Secção: BOCA / Coleção: POESIA
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Lisboa, Janeiro de 1928. Álvaro de Campos, o engenheiro naval que queria ter gestos fora do corpo, está fechado em casa. Ao seu quarto chega o rumor abafado da vida lá fora, e ele vai da cadeira para a janela, da janela para a cadeira. Não sabe em que há-de pensar, mas pensa, fuma. "Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta numa parede sem porta / E cantou a cantiga do infinito numa capoeira / E ouviu a voz de Deus num poço tapado". Da tabacaria do outro lado da rua alguém lhe atira para cima com o real, e o engenheiro desperta, "enérgico, convencido, humano", e acena. O universo refaz-se, mas ele, que gosta de brincar entre versos e que nos havia de "provar que era sublime", vai avisando: mais tarde escreverá o contrário.
Maria do Céu Guerra é a intérprete justa para um dos poemas mais célebres deste heterónimo de Fernando Pessoa, aquele cuja fala febril acompanhou o poeta até ao ano da sua morte.
Ficha técnica:
Voz: Maria do Céu Guerra
Gravação e edição áudio: Antório J. Martins
Ilustração: Guilherme Mendonça
Tratamento de imagem: Tiago Cunha
Formato: Capa + MP3 (14min.)
Secção: BOCA
Colecção: POESIA
1.ª edição: Março 2007
ISBN: 978-989-8421-55-5
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